VENCENDO OS CONFLITOS INTER-RELACIONAIS VIVIDOS NO MINISTÉRIO

A Bíblia traz um conselho apostólico prático para vencer os conflitos de ordem relacional vividos no ministério.

O apóstolo Paulo com maestria apresenta como é possível solucionar esses conflitos inter-relacionais, aplicando três princípios de solução de conflitos: o estabelecimento de um acordo, a busca do entendimento através de um mediador, e a restauração da alegria. Princípios estes, aplicados numa situação real encontrada na igreja de Filipos.

De modo bem apropriado ele se utiliza desses princípios no tratamento do caso de Evódia e Síntique, duas colaboradores do seu ministério apostólico, fato esse que se encontra registrado na carta aos Filipenses:

"Rogo a Evódia, e rogo a Síntique, que pensem concordemente, no Senhor. A ti, fiel companheiro de jugo, também peço que as auxilie, pois juntas se esforçaram comigo no evangelho, também com Clemente e com os demais cooperadores meus, cujos nomes se encontram no livro da vida. Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo alegrai-vos" (Fp 4.2-4).

Assim, como o foi neste episódio que envolveu duas grandes colaboradoras do ministério do apóstolo Paulo, as irmãs Evódia e Síntique, os conflitos no ministério na sua grande maioria surgem por causa das diferenças de opiniões. Não se trata apenas de pensar de forma diferente, pois o que não é comunicado não proporciona o conflito, mas sim esses pensamentos quando externados.

E a orientação do apóstolo para se vencer os conflitos é simples, investir na busca do senso comum, ou seja, um consenso. No caso de Evódia e Síntique, o apóstolo roga veementemente "que pensem concordemente no Senhor" (v. 2).

Os conflitos são frutos das discordâncias, o que necessariamente não é algo ruim, o grande problema é que uma vez não solucionados todos os questionamentos que poderiam colaboraram para o crescimento, desenvolvimento, mudanças e aprendizado, eles acabam por gerar discórdias que são as brigas por conta das discordâncias. Cada um levanta a bandeira do seu ponto de vista, da sua opinião, da sua diferença e acabam-se assim as possibilidades de se chegar a um consenso e o resultado natural disso tem sido as divisões que, em muitos casos tem sido justificadas com a desculpa da incompatibilidade e esquece-se que os grandes vilões não são as diferenças e sim a inflexibilidade e falta de equilíbrio que acabam por criar um impedimento para que se chegue a um acordo.

Sabiamente o apóstolo reconhece isso, e orienta as suas colaboradoras a chegar a um acordo, sem o qual a sua caminhada juntas no ministério se torna impossível. Conforme as palavras do profeta Amós: "Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?" (Am 3.3).

A solução para o conflito entre Evódia e Síntique é estabelecerem a concordância. Não segundo os pontos de vistas por elas levantadas. Não pensando concordemente segundo suas experiências, maturidade ou habilidade que poderiam ter ou oferecer. Mas pensar "concordemente no Senhor", ou seja, encontrar um consenso buscando conhecer o ponto de vista de Deus quanto ao assunto que gerou a discórdia. Isto significa buscar a solução do conflito numa estância maior. No Senhor.

Quando as diferenças que proporcionaram os conflitos são submetidas ao ponto de vista de Deus sobre o assunto, é possível chegar a solução do mesmo imediatamente. Pois, a orientação de Deus é soberana. E prevalece a sua Palavra sobre qualquer palavra, os seus preceitos sobre qualquer preceito, e os seus pensamentos sobre quaisquer pensamentos. E para o servo de Deus, tal conhecimento é o que basta para se possa vencer qualquer discórdia. Pois, assim se traduz o sentimento dos servos do Senhor: "Quão preciosos para mim, Senhor são os teus pensamentos!" (Sl 139.17).

Conhecer os pensamentos de Deus quanto àquilo que gerou a discórdia e entrar em sintonia com eles é o segredo revelado aqui pelo apóstolo Paulo para se vencer os conflitos inter-relacionais no ministério.

No entanto, o apóstolo reconhecia não ser tarefa fácil chegar a esse tipo de entendimento sem a ajuda de um mediador. Pois, na maioria dos casos as pessoas envolvidas em conflitos acabam por se concentrarem apenas nas suas suposições esquecendo-se até mesmo do que Deus considera sobre o assunto. Ficando assim impossibilitadas de resolver por si mesmas as discórdias que criaram.

No caso de Evódia e Síntique, Paulo solicita a ajuda de um mediador (v. 3) para auxiliar as duas irmãs a chegarem a um acordo, renunciando os seus próprios pensamentos e seguindo o conselho do apóstolo de "pensarem concordemente no Senhor".

A atuação de um mediador é estratégica para a solução de conflitos inter-relacionais.

Quando o acordo é estabelecido, as diferenças sedem lugar para a concordância e a alegria do ministério é restaurada.

A alegria é a primeira baixa quando surgem os conflitos no ministério, ou quanto não se chega a solução dos mesmos. A discórdia mina a alegria, que segundo afirma Neemias é a força motriz do ministro de Deus: "... porque a alegria do Senhor é a nossa força" (Ne 8.10).

A alegria do Senhor no ministério só é encontrada onde o Senhor está, e Ele manifesta a sua presença somente num ambiente de comunhão e de concordância. Pois, está escrito: "Em verdade também vos digo que, se dois entre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer cousa que porventura pedirem, ser-lhes-á concedido por meu Pai que estás no céu. Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mt 18.19-20).

Onde está o Senhor há alegria. E onde estiverem dois, ou mais em concordância em seu nome, o Senhor está no meio deles e a alegria é a força que os move para um grande ministério.

A restauração da alegria é a prova de que os conflitos foram solucionados e os relacionamentos restabelecidos. E uma vez solucionados esses conflitos e restaurado os relacionamentos, o apóstolo Paulo declara com força de mandamento, para a vida de Evódia e Síntique e de todos os ministros de Deus, estas palavras: "Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo alegrai-vos" (Fp 4.4).

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